E o que eu quero mesmo, quase sempre, é que alguma coisa aconteça aqui dentro. Sem fazer alarde. Tento a prece como terapia e calo minhas entrelinhas. Perco o ranço do cotidiano. Com a falta que sobra e assombra, enterneço alguns vazios. E produzo aquele intervalo milagroso, ausculto o silêncio de todas as tentativas. É que o silêncio é uma palavra requintada, aprendendo o nosso dia mais fértil. Uma tristeza boba, um pensamento morando na boca, uma poesia querendo copular. Geralmente, parece não dizer coisa com coisa, sobretudo as outras, que a gente nunca, nunca soube calar.
Priscila Rôde
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