sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Antonio,

Eu não tenho mais vontade de escrever ou dizer qualquer coisa.
Eu queria o silêncio hoje. O silêncio moço. Ele me bastaria.
Tem me bastado sabe?? E tem me feito um bem enorme me bastar de tanto silêncio.
E é um silêncio vazio, oco, meio cinza, sem cor , sem jeito.
É melhor o silêncio do que as palavras, que toda cor, que toda festa.
O silêncio me preenche, ele me completa.
Você, moço, me encheu de um sentimento diferente e me fez deixar de gostar do meu silêncio.
E quando eu estava aprendendo a trocar toda essa quietação de vida interiorana pelo movimento, risadas e bebedeiras de uma vida comum. Logo quando eu estava aprendendo você me tirou de novo o brilho que um dia eu tive nesses olhos.
Eles estão cansados sabe?? Parados, meio ressentidos, bem fracos.
Quando eu tentei, quando eu tentei você me tirou os saltos mais altos que eu já havia aprendido a calçar...
Tenho andado tão paranóica que tenho te visto nas noites em que tentei me fartar de som, luz e gente sem o seu alcoolismo bizarro.
Eu achava isso tão engraçado no começo e isso me perturba tanto agora. Eu peguei nojo dessa tua cerveja e da sua vontade de ser livre e não passar de um garoto indefeso e lindo.
Lindo como esses olhos que Deus colocou nessa tua cara de cafajeste.
Eu estava feliz com meu silêncio. Por que você encheu de som o meu mundo e fugiu pra onde eu não consigo te enxergar??
Eu gostava do meu silêncio....

Heloisa

Danielle Cano

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